O Índice é baseado no banco de dados do CDP, que captura, através de seu questionário as empresas que apresentam nível de consciência em relação às mudanças climáticas.

Este conceito de índice exclusivo inclui empresas que estão publicamente comprometidas com a redução de sua pegada de carbono. O ICDPR70 segue a tendência global de outros índices que rastreiam a nota do CDP, disponível para oferecer aos participantes do mercado uma solução totalmente transparente e personalizada para lidar com os riscos climáticos de longo prazo, participando do crescimento sustentável de uma economia de baixo carbono.

O ICDPR70 foi criado pelo CDP, através do seu escritório regional da América Latina em parceria técnica coma Resultante ESG. A metodologia foi lançada oficialmente durante a COP25 em Madrid, na Espanha e o D-0 do índice foi no dia 01/04/2020.

Para a construção do índice, foram observados critérios técnicos e práticos que vieram das contribuições do Conselho Técnico Consultivo do CDP América Latina, da demanda de investidores e respeitando as características do mercado de capitais brasileiro.

A metodologia do índice considera dois critérios de seleção. Os critérios relacionados a nota do CDP e de liquidez mínima.

Critérios relacionados a nota do CDP:

• Ter score CDP no mínimo igual a “B – ”;
• Ser empresa convidada para reportar a investidores (“investor requested company”) ou reportar a investidores de maneira voluntária (“Self Selected Company”), no questionário de mudanças climáticas;
• Submeter a resposta ao CDP regionalmente, e não via matriz (“see another”);
• Reportar publicamente (“permission status public”);

Critérios relacionados a liquidez mínima:

• Estar entre as 100 ações mais bem posicionadas no critério de negociabilidade;
• Ter sido negociada em 99% dos pregões no ano anterior à formação da carteira;
• Não ter o preço por ação abaixo de R$1,00 por 30 pregões seguidos, antecedentes à formação da carteira.

Maiores informações podem ser encontradas no documento da Metodologia do Índice.

Sim, após a formação da carteira considerando os critérios acima, realizamos uma análise de outlier estatístico que visa evitar a concentração de uma ou mais empresas.

Assim, caso haja excedentes ao limite de concentração, os valores serão redistribuídos, priorizando as empresas que tiverem a melhor avaliação no score, conforme tabela abaixo:

Os outliers são dados que se diferenciam drasticamente de todos os outros, são pontos fora da curva. Em outras palavras, um outlier é um valor que foge da normalidade e que pode (e provavelmente irá) causar anomalias nos resultados.

Calculando o outlier, podemos estabelecer o grau máximo de concentração da carteira teórica do índice em uma única empresa, evitando assim, que haja um número reduzido de empresas e possibilitando a diversificação da carteira teórica.

A construção da metodologia do índice é composta de 5 principais etapas:

1. Eligibilidade – A primeira etapa consiste em avaliar a eligibilidade dos papeis com base nos critérios relacionados a nota do CDP e a liquidez mínima exigida.

2. Ponderação e construção – Determinação da ponderação e distribuição do portfólio, considerando o outlier estatístico.

3. Recomendação e validação – O portifólio é apresentado ediscutido no âmbito do Conselho Técnico Consultivo do CDP Latin America, para apresentação de recomendações e validação final da carteira.

4. Disclosure – A carteira é apresentada publicamente ao mercado, dia 1 de abril de cada ano.
Monitoramento – É realizado o cálculo diário do desempenho e divulgação do índice em D+1.

Maiores informações podem ser encontradas no documento da Metodologia do Índice.

Sim. No começo de 2021, notou-se uma melhoria na performance das empresas entre 2019 e 2020, resultando em um maior numero de empresas com nota B- ou maior. Esse contexto, somado aos objetivos do índice de fomentar a transparência e melhoria contínua na gestão corporativa de aspectos climáticos e a urgência na promoção de maior Abril 2021 pg.06 ambição e ação climática do setor privado trouxe a provocação de se consultar o mercado quanto a possibilidade de aumentar o critério de entrada com base na nota de corte do CDP.

Foi realizada de 29 de março à 16 de abril consulta pública para apreciação e comentários de participantes e demais interessados em relação à proposta de alteração na regra da metodologia do Índice. Como principais resultados da consulta pública 75% dos respondentes foram a favor do aumento do rigor critério de entrada baseado na nota do CDP e 60% a favor da implementação da mudança já nessa a carteira.

Com a aprovação das propostas pela consulta pública e incorporação das recomendações do Conselho Técnico Consultivo do CDP América Latina, a principal mudança na nova carteira é a alteração na nota mínima para elegibilidade das empresas de C para B-, no questionário do CDP. Na metodologia de scoring do CDP, as empresas com nota C indicam estar em um nível de consciência da agenda climática, enquanto que aquelas com nota B já se encontram no nível de gestão empresarial de questões relativas à mudança do clima.

O objetivo da mudança é melhor refletir um nível mínimo de gestão das empresas sobre a agenda climática, uma vez que há urgência na tomada de ações climáticas concretas por parte do setor privado e há um crescente interesse de investidores sobre o tema. A nova carteira traz mais robustez ao Índice e sinaliza sobre o aumento da exigência do mercado quanto ao nível de gestão e integração das questões climáticas na governança, gestão de riscos, planejamento e estratégia de empresas e, por fim, em ações concretas.

A metodologia de score do CDP segue diretrizes criteriosas listadas no site do CDP. Dentro dessas diretrizes, listamos abaixo alguns exemplos de avaliação por estágio de maturidade, mas a avaliação não está limitada aos exemplos abaixo:

Estágio 4 – Score A- e A:

• Supervisão em nível de conselho de questões relacionadas ao clima, uma vez que estas estão totalmente integradas aos mecanismos de governança, com incentivos para a gestão relatar questões relacionadas ao clima;
• Objetivos verificados e alinhados com as iniciativas de Metas Baseadas na Ciência (SBTi);
• Mais de 75% do consumo total de energia elétrica com um compromisso RE100, ou uma meta para obter 100% do consumo total de energia elétrica da empresa a partir de fontes renováveis;
• Engajamento colaborativo com clientes, fornecedores e outros parceiros da cadeia de valor em questões relacionadas ao clima.

Estágio 3 – Score B- e B:

• Divulgação e verificação das emissões do Escopo 1 e 2 usando um padrão aceito. Organização mede e gerencia números de intensidade e mudanças nas emissões ano a ano;
• Avaliação de todas as 15 categorias de emissões do Escopo 3 e divulgação como relevantes;
• Demonstração de queda nas emissões com base nas atividades de redução de emissões e mudanças no consumo de energia renovável;
• Integração das mudanças climáticas em sua estratégia de negócios, ao mesmo tempo em que realiza análises detalhadas de cenários relacionados ao clima;
• Documentação dos processos específicos para identificação, avaliação e gerenciamento de riscos e oportunidades relacionados ao clima, incluindo avaliação completa dos tipos de risco relacionados ao clima, monitoramento regular e inclusão nos processos de gerenciamento de riscos.

Estágio 2 – Score C- e C:

• Divulgação completa das emissões do Escopo 1 e 2;
• Divulgação e definição das metas absolutas e/ou de emissões de intensidade no médio prazo, e demonstração para alcançar estas metas;
• Questões climáticas estão sob gestão de departamentos relevantes;
• Demonstração de engajamento limitado com sua cadeia de valor;

Estágio 1 – Score D- e D:

• Divulgação de informações ambientais através do CDP;
• Pode fornecer divulgação parcial de suas emissões escopo 1 e 2, números de intensidade ou metodologia;
• Estão no processo de identificar riscos inerentes ao clima e/ou fornecer lógica sobre por que eles não estão expostos a riscos ambientais;
• Divulgação de informações parciais através do CDP sobre as commodities de risco florestal dentro de suas operações/cadeia de suprimentos e de onde elas se originam;
• Não inclui o desmatamento dentro de avaliações de riscos e apresente uma visão limitada dos possíveis riscos que enfrentam com o desmatamento;
• Não existe uma política que inclua questões relacionadas com florestas ou políticas específicas de sustentabilidade de commodities;

Mais informações sobre as notas do CDP, podem ser acessadas no link.

O rebalanceamento do índice é realizado anualmente no mês de abril.

Não. Como o índice reflete a nota do CDP que é computada anualmente e reflete a nota do ano anterior à carteira, não há fatores de exclusão ou de fast entry.

O questionário do CDP é totalmente autodeclarado, tendo um espaço para que as empresas reportem quais das informações reportadas foram verificadas por terceira parte – módulo 10 do questionário. Para alcançar nossa nota máxima, a nota A, é um pré-requisito ter o inventário de emissões de GEE auditado.

A nota do CDP não é auditada, mas é feita por terceira parte a fim de evitar conflitos de interesse. Resumidamente, o processo de avaliação do CDP passa primeiro por um processo automático para entender de uma forma geral as ações que as empresas já têm implementadas. Passando por esse primeiro crivo, a empresa passa por uma avaliação mais subjetiva, buscando entender os detalhes das práticas que as empresas possuem de acordo com nossa metodologia.

Essas avaliações subjetivas são revisadas para evitar o fator erro humano. Quando uma empresa é elegível ao A, ou seja, conseguiu a nota necessária e cumpriu os pré-requisitos, ela ainda passa por um processo de avaliação reputacional buscando entender se se envolveu com algum escândalo ligado ao tema avaliado no questionário.

O índice reflete as notas das empresas no questionário de Mudança Climática do CDP. Assim, a nota é baseada no critério ambiental, não sendo incluídos fatores sociais ou de governança corporativa.

O CDP possui questionários setoriais para os setores considerados na TCFD como mais importantes de serem considerados no assunto Mudanças Climáticas. Cada uma dessas questões setoriais é incluída no momento de entender a nota da empresa, ou seja, há um maior número de questões consideradas para melhor entender a performance dessas empresas.

Para chegar a nota final da empresa, é considerada a sua performance em cada um dos módulos do questionário. Adicionalmente, dependendo do setor, o peso associado a cada um desses módulos é levemente modificado para considerar as diferentes importâncias que devem ser dadas devido às distintas características de cada setor respondente.

Neste link, é possível conferir a diferença dos pesos de cada um dos módulos do questionário do CDP para diferentes setores. Setores com questionários setoriais disponíveis: Produção de Commodites agrícolas, Cimentos, Carvão, Elétrico, Alimentos, Bebidas e Tabaco, Óleo e Gás, Serviços 2.13 A nota do CDP para as empresas varia com relação ao setor? Abril 2021 pg.12 de transporte, Manufatura de Equipamentos de Transporte, Bens de Capital, Químico, Construção, Serviços Financeiros, Metais e Mineração, Papel e Celulose e Siderurgia.

O índice leva em consideração as notas do questionário de Mudança Climática do CDP, que por sua vez, avalia os elementos setoriais do questionário considerando o que é benchmark de ações de cada setor, ou seja, para cada setor existe um benchmark específico para mapear o plano de transição das empresas de setores carbono intensivo. Todos os anos o relatório do CDP inclui mais requisitos a fim verificar como está o plano de transição das empresas e consequentemente, as empresas que deram andamento ao plano de transição conseguem atingir uma nota maior que outras empresas que não seguiram o plano de transição. É importante destacar que: o índice do CDP não é excludente com relação a setores específicos, mas oferece qualificação específica dentro de cada setor do que seriam as melhores práticas, consequentemente, o índice reflete esses pontos. Todavia, esses fatores não limitam a criação de outros índices pelo CDP que possam considerar esses ou demais critérios de exclusão, futuramente.

As avaliações ESG apresentam um caráter multidimensional, considerando fatores Ambiental, Social e de Governança Corporativa.

Dessa forma, o índice propõe uma avaliação pragmática e baseada majoritariamente no score do CDP, sem considerar os demais fatores social e de governança corporativa.

O fator de elegibilidade do índice estabelece que a empresa deve ter uma nota mínima no questionário de Gestão Climática do CDP. Contudo, o índice do CDP não é excludente com relação a setores específicos, mas oferece qualificação específica dentro de cada setor do que seriam as melhores práticas, consequentemente, o índice reflete esses pontos. Todavia, esses fatores não limitam a criação de outros índices pelo CDP que possam considerar esses ou demais critérios de exclusão, futuramente.

É necessário atender a todos os critérios de entrada relacionados a nota do CDP e aos critérios de liquidez mínima, como mencionados no item 1.3 desse documento: “1.3. Qual a metodologia do Índice?”

Maiores informações podem ser encontradas no documento da Metodologia do Índice.